Investimento e reformas no Brasil: industria e infra-estructura nos anos 1990

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Investimento e reformas no Brasil: industria e infra-estructura nos anos 1990

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Este livro reúne um conjunto de estudos sobre a reação, desde 1990, de importantes segmentos do setor produtivo brasileiro às reformas liberalizantes e ao ambiente macroeconômico. O foco principal dos trabalhos é o comportamento empresarial no que se refere aos investimentos fixos. A década dos 90 correspondeu a um período de profundas transformações institucionais na economia brasileira. A avaliação sobre os êxitos e fracassos da experiência liberalizante tem dividido as opiniões, encontrando-se desde apaixonadas defesas, até agressivos ataques, num debate no mais das vezes alimentado por muita ideologia e pouca pesquisa. Os trabalhos reunidos neste livro foram elaborados em diferentes momentos ao longo desse processo, e movidos pela intenção de entender o que se passava no plano microeconômico das reações empresariais. A economia brasileira transformou-se, desde 1990, num formidável laboratório de experiências empresariais que, potencializadas por contextos macroeconômicos e concorrenciais de grande incerteza, foram portadoras de mudanças comportamentais radicais nos agentes econômicos que atuam no país. A análise dessas mudanças, e em particular da conduta empresarial no que diz respeito à modernização e ao investimento, constitui a temática tratada nos capítulos que compõem esta publicação. A Primeira Parte compreende dez capítulos, e corresponde a um versão atualizada em 2001-2002, de um estudo sobre sobre investimentos nos principais setores de produção de bens transáveis e de infra-estrutura, realizado em 1997, no âmbito do Convênio CEPAL/IPEA. A versão original foi publicada na íntegra no site da CEPAL, em junho de 1998, tendo um artigo-síntese sido publicado em coletânea organizada por Baumann (2000). As notas técnicas para a atualização foram feitas em 2001 e início de 2002, também no âmbito do Convênio CEPAL/IPEA, e foram coordenadas por Ricardo Bielschowsky, com o apoio da equipe de consultores responsável pela pesquisa de 1997: Marcos Thadeu Abicalil (saneamento), José Clemente de Oliveira (petróleo), Márcio Wohlers (telecomunicações - em colaboração com Rafael Oliva na nova versão), e Sebastião Soares (mineração e infra-estrutura de transportes). Contou, também, no caso da indústria de transformação, com o apoio da segunda pesquisa CNI/CEPAL sobre características e determinantes do investimento, realizada em 2000 - atualização da pesquisa CNI/CEPAL de 1996/97. A atualização dos trabalhos, realizada em 2001/2002, tendeu a confirmar, em linhas gerais, os diagnósticos e as previsões feitas originalmente, em 1997, sobre a evolução dos investimentos nos segmentos estudados, até mesmo no que se refere aos setores então em fase inaugural do processo de privatização, como o de energia elétrica - Investimentos deprimidos numa transição problemática (1997). A Segunda Parte compõe-se de três capítulos que sintetizam pesquisas realizadas em diferentes momentos, sobre o comportamento investidor da indústria brasileira após a abertura comercial. Esses artigos correspondem à base de conhecimento com que foi redigido o capítulo relativo à indústria de transformação, da Primeira Parte do livro. O Capítulo 1 da Segunda Parte transcreve um trabalho realizado no final de 1991 e início de 1992, e está centrado em entrevistas feitas junto a 55 grandes empresas multinacionais, com vistas a entender o processo de reestruturação das empresas no Brasil, provocado pela abertura comercial. Em seu nascedouro, captou-se o profundo e até então desconhecido ajuste produtivo e administrativo em andamento nas empresas industriais sediadas no Brasil. Os resultados preliminares foram resumidos na imprensa em 1992, tendo o texto principal sido divulgado naquele ano, pela CEPAL, numa versão em inglês. O tema do Capítulo 2 foi desenvolvido no final de 1996 e início de 1997, e versa sobre investimentos fixos na indústria de transformação. Tem por base a pesquisa realizada em conjunto pela CNI e pela CEPAL, à qual responderam 730 empresas industriais, bem como cerca de 40 entrevistas com empresas e especialistas do setor. À época, foi detectada a ocorrência de um "miniciclo de modernizações", caracterizado pela generalizada redução de custos e pelo fato de os investimentos predominantemente destinados à expansão da capacidade produtiva estarem restritos a alguns segmentos da indústria. Quando da divulgação dos primeiros resultados, ainda em 1997, contrariou-se tanto a percepção daqueles que se recusavam a identificar reações parcialmente favoráveis da indústria brasileira ao quadro de dificuldades macroeconômicas e concorrenciais, quanto dos que exageravam o alcance dessas reações favoráveis, porque não percebiam seu caráter limitado e eminentemente defensivo. A versão integral do estudo teve circulação restrita pela CEPAL, em 1998, recebendo aqui uma divulgação mais ampla. O Capítulo 3 volta-se à evolução mais recente da indústria, isto é, a partir de 1999, já no contexto da taxa de câmbio flexível. Sintetiza os resultados da segunda pesquisa conjunta CNI/CEPAL, conduzida em 2000 pelas duas entidades, e divulgada em junho de 2001. O estudo analisa o comportamento dos investimentos industriais, por meio de informações prestadas por 727 empresas, nos últimos meses de 2000 (previamente, portanto, à eclosão da crise energética). Observou-se a ocorrência de uma ligeira oscilação dos investimentos fixos a partir de 1998, num patamar superior aos níveis deprimidos do início dos anos 1990, e a simultânea existência de obstáculos a uma recuperação vigorosa dos investimentos, em razão de uma atitude eminentemente cautelosa por parte das empresas. O conjunto de estudos sintetizados tem como peculiaridade uma certa "ousadia metodológica". Em sua maioria, foram realizados no decorrer de processos de transição institucional e comportamental radicais, em que apenas se descortinavam as novas tendências setoriais. Embora isso tenha retirado a confortável segurança da análise ex-post, deu aos pesquisadores a saborosa sensação de descoberta de algo até então desconhecido. Cabe, por último, a advertência de que, embora a Primeira Parte do livro tenha sido fruto do trabalho de uma equipe de colaboradores, e sejam grandes as afinidades de opiniões entre os membros, a responsabilidade de cada autor se restringe ao capítulo setorial específico para o qual contribuiu, cabendo exclusivamente ao coordenador a responsabilidade pela obra como um todo. Sua co-responsabilidade em cada um dos capítulos deve-se à fidelidade na edição dos textos elaborados pelos membros da equipe de pesquisa mencionados, tendo o coordenador acatado a revisão considerada necessária no tema de especialidade de cada um membros, após discussões que permitiram um consenso. Não apenas as opiniões, mas igualmente os eventuais erros e omissões que o livro contém nos capítulos em que o membro da equipe não teve participação, não lhe dizem respeito. Na página introdutória de cada capítulo setorial constam os nomes do autor ou autores dos trabalhos que serviram de base aos capítulos, à exceção daqueles de autoria exclusiva do coordenador do trabalho.""

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Este livro reúne um conjunto de estudos sobre a reação, desde 1990, de importantes segmentos do setor produtivo brasileiro às reformas liberalizantes e ao ambiente macroeconômico. O foco principal dos trabalhos é o comportamento empresarial no que se refere aos investimentos fixos. A década dos 90 correspondeu a um período de profundas transformações institucionais na economia brasileira. A avaliação sobre os êxitos e fracassos da experiência liberalizante tem dividido as opiniões, encontrando-se desde apaixonadas defesas, até agressivos ataques, num debate no mais das vezes alimentado por muita ideologia e pouca pesquisa. Os trabalhos reunidos neste livro foram elaborados em diferentes momentos ao longo desse processo, e movidos pela intenção de entender o que se passava no plano microeconômico das reações empresariais. A economia brasileira transformou-se, desde 1990, num formidável laboratório de experiências empresariais que, potencializadas por contextos macroeconômicos e concorrenciais de grande incerteza, foram portadoras de mudanças comportamentais radicais nos agentes econômicos que atuam no país. A análise dessas mudanças, e em particular da conduta empresarial no que diz respeito à modernização e ao investimento, constitui a temática tratada nos capítulos que compõem esta publicação. A Primeira Parte compreende dez capítulos, e corresponde a um versão atualizada em 2001-2002, de um estudo sobre sobre investimentos nos principais setores de produção de bens transáveis e de infra-estrutura, realizado em 1997, no âmbito do Convênio CEPAL/IPEA. A versão original foi publicada na íntegra no site da CEPAL, em junho de 1998, tendo um artigo-síntese sido publicado em coletânea organizada por Baumann (2000). As notas técnicas para a atualização foram feitas em 2001 e início de 2002, também no âmbito do Convênio CEPAL/IPEA, e foram coordenadas por Ricardo Bielschowsky, com o apoio da equipe de consultores responsável pela pesquisa de 1997: Marcos Thadeu Abicalil (saneamento), José Clemente de Oliveira (petróleo), Márcio Wohlers (telecomunicações - em colaboração com Rafael Oliva na nova versão), e Sebastião Soares (mineração e infra-estrutura de transportes). Contou, também, no caso da indústria de transformação, com o apoio da segunda pesquisa CNI/CEPAL sobre características e determinantes do investimento, realizada em 2000 - atualização da pesquisa CNI/CEPAL de 1996/97. A atualização dos trabalhos, realizada em 2001/2002, tendeu a confirmar, em linhas gerais, os diagnósticos e as previsões feitas originalmente, em 1997, sobre a evolução dos investimentos nos segmentos estudados, até mesmo no que se refere aos setores então em fase inaugural do processo de privatização, como o de energia elétrica - Investimentos deprimidos numa transição problemática (1997). A Segunda Parte compõe-se de três capítulos que sintetizam pesquisas realizadas em diferentes momentos, sobre o comportamento investidor da indústria brasileira após a abertura comercial. Esses artigos correspondem à base de conhecimento com que foi redigido o capítulo relativo à indústria de transformação, da Primeira Parte do livro. O Capítulo 1 da Segunda Parte transcreve um trabalho realizado no final de 1991 e início de 1992, e está centrado em entrevistas feitas junto a 55 grandes empresas multinacionais, com vistas a entender o processo de reestruturação das empresas no Brasil, provocado pela abertura comercial. Em seu nascedouro, captou-se o profundo e até então desconhecido ajuste produtivo e administrativo em andamento nas empresas industriais sediadas no Brasil. Os resultados preliminares foram resumidos na imprensa em 1992, tendo o texto principal sido divulgado naquele ano, pela CEPAL, numa versão em inglês. O tema do Capítulo 2 foi desenvolvido no final de 1996 e início de 1997, e versa sobre investimentos fixos na indústria de transformação. Tem por base a pesquisa realizada em conjunto pela CNI e pela CEPAL, à qual responderam 730 empresas industriais, bem como cerca de 40 entrevistas com empresas e especialistas do setor. À época, foi detectada a ocorrência de um "miniciclo de modernizações", caracterizado pela generalizada redução de custos e pelo fato de os investimentos predominantemente destinados à expansão da capacidade produtiva estarem restritos a alguns segmentos da indústria. Quando da divulgação dos primeiros resultados, ainda em 1997, contrariou-se tanto a percepção daqueles que se recusavam a identificar reações parcialmente favoráveis da indústria brasileira ao quadro de dificuldades macroeconômicas e concorrenciais, quanto dos que exageravam o alcance dessas reações favoráveis, porque não percebiam seu caráter limitado e eminentemente defensivo. A versão integral do estudo teve circulação restrita pela CEPAL, em 1998, recebendo aqui uma divulgação mais ampla. O Capítulo 3 volta-se à evolução mais recente da indústria, isto é, a partir de 1999, já no contexto da taxa de câmbio flexível. Sintetiza os resultados da segunda pesquisa conjunta CNI/CEPAL, conduzida em 2000 pelas duas entidades, e divulgada em junho de 2001. O estudo analisa o comportamento dos investimentos industriais, por meio de informações prestadas por 727 empresas, nos últimos meses de 2000 (previamente, portanto, à eclosão da crise energética). Observou-se a ocorrência de uma ligeira oscilação dos investimentos fixos a partir de 1998, num patamar superior aos níveis deprimidos do início dos anos 1990, e a simultânea existência de obstáculos a uma recuperação vigorosa dos investimentos, em razão de uma atitude eminentemente cautelosa por parte das empresas. O conjunto de estudos sintetizados tem como peculiaridade uma certa "ousadia metodológica". Em sua maioria, foram realizados no decorrer de processos de transição institucional e comportamental radicais, em que apenas se descortinavam as novas tendências setoriais. Embora isso tenha retirado a confortável segurança da análise ex-post, deu aos pesquisadores a saborosa sensação de descoberta de algo até então desconhecido. Cabe, por último, a advertência de que, embora a Primeira Parte do livro tenha sido fruto do trabalho de uma equipe de colaboradores, e sejam grandes as afinidades de opiniões entre os membros, a responsabilidade de cada autor se restringe ao capítulo setorial específico para o qual contribuiu, cabendo exclusivamente ao coordenador a responsabilidade pela obra como um todo. Sua co-responsabilidade em cada um dos capítulos deve-se à fidelidade na edição dos textos elaborados pelos membros da equipe de pesquisa mencionados, tendo o coordenador acatado a revisão considerada necessária no tema de especialidade de cada um membros, após discussões que permitiram um consenso. Não apenas as opiniões, mas igualmente os eventuais erros e omissões que o livro contém nos capítulos em que o membro da equipe não teve participação, não lhe dizem respeito. Na página introdutória de cada capítulo setorial constam os nomes do autor ou autores dos trabalhos que serviram de base aos capítulos, à exceção daqueles de autoria exclusiva do coordenador do trabalho.""
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